terça-feira, 8 de março de 2011

A sociedade e o culto do corpo

               
          " Hoje vivemos num mundo onde a perfeição nos é exigida"

Egoísmo, egocentrismo, narcisismo, vaidade, arrogância, auto-estima, super-estima, complexos, bulling, anorexia, bulimia, ambição, perfeição, vergonha, timidez, depressão, topo, brilho, estética, competição

A consciência e o bom senso são caracteristicas inatas ao ser humano, mas quantas vezes não são postas de parte? Vivemos num mundo exigente, cruel e competitivo, onde reina a imagem. O espelho passou a ser o melhor amigo do Homem, e a aparência ultrapassou a inteligência. Ensinam-nos a ser criticos e criativos, mas quando o somos, somos criticados, é neste mundo ambiguo que vivemos. Não podemos ir além, nem ficar aquém daquilo que nos é exigido por condição. 
A beleza é uma palavra que esconde muitas reticências, vivemos em sua função, mesmo sabendo que não existe uma definição. O ego é algo insaciável, e as pessoas passam a vida iludidas com a sua própria imagem, vivem insatisfeitas, cheias de complexos e tentam corrigir a todo o custo aquilo a que chamam de "imperfeições". Deduzo eu que imperfeições seja aquilo que não aparece nas revistas, ridiculo! O conceito de belo não deixa envolver muita variedade. O padrão é sempre o mesmo, ser-se loira, alta, extremamente magra, olhos azuis, e ter curvas, quem assim não é, tem complexos. As pessoas deixam de ser elas, para viverem como outras. Quem não está contente com o seu cabelo tem oportunidade de modificar a sua cor, a sua forma, e o seu comprimento,  quem não está satisfeito com o seu corpo, faz dieta, vai ao ginásio e em extremos recorre à cirurgia. Esta é a nossa realidade, vivemos frustrados com a nossa imagem, nao aceitamos aquilo que somos. Desvalorizamos aquilo que é nosso e passamos o tempo a arranjar forma de sermos diferentes, diferentes de nós, iguais àquilo que somos constantemente obrigados a ver de manha à noite, pessoas que nos parecem fisicamente perfeitas e que nos deitam abaixo só por existirem e serem belas. Claro que a nossa confiança é abalada diariamente por este tipo de coisas. A sociedade obriga-nos a ser assim, no entanto, facilmente atribuimos a culpa pelo nosso descontentamento aos media e à industria, fazendo-nos esquecer da nossa capacidade critica e reflexiva. A beleza, por muito que custe a acreditar, está dentro de nós e reflecte-se naquilo que nós somos. Para quê procurar algo inalcançável? Talvez se perdessemos menos tempo a tentar ser algo que nao somos conseguiriamos ser pessoas mais criativas, pessoas capazes de gostar de si próprias, melhores pessoas....
Cada um de nos faz a diferença. É dificil deixar os preconceitos de lado, mas há coisas mais importantes, e quando damos por isso, já passou uma vida.

sexta-feira, 4 de março de 2011

Deserto

Dois meses se passaram, muita agua correu, e agora que a poeira assentou vejo que muita coisa mudou, não para melhor ou pior, mudou de tal forma que eu nem consigo explicar como essa alteração teve influencia em mim, mudou simplesmente... Não gosto de me lamentar mas nestes momentos de melancolia é inevitável. Sinto-me a beira de um abismo, e neste momento sinto-me pronta para me entregar às força do mar, isto é o que eu diria numa situação normal,  numa situação em que eu era simplesmente eu, dramática, confusa e exagerada. Hoje digo que não me sinto a beira de um abismo, mas sim perdida num deserto. Comparações parvas e infantis, mas é assim que eu me vejo. Se pudesse escolher preferia estar a beira de um abismo, afinal sempre tinha opção, e o que acabava por acontecer (numa situação normal, sublinho) é que mesmo se naquele momento a opção nao tivesse sido a melhor mais tarde iria a agradecer ao meu instinto. Agora é diferente! Não tenho escolhas, não tenho caminho, nem nada para onde me virar. Perdida é a palavra indicada para mim.
Estou rodeada de pessoas fantásticas, e este ainda é o meu ponto refúgio. Tenho que agradecer a todas elas por estarem do meu lado e fazerem dos meus dias algo melhor, mas mesmo assim não é o suficiente. Sinto-me inútil, parece que já não tenho um lugar neste mundo, o vazio e a angustia vieram para ficar algum tempo. Não tenho motivação, os dias passam por passar, não há nada que eu deseje, que me dê forças, nada para lutar, nada de nada. Ultimamente os dias tem sido todos iguais, um acumular de horas divididas pela noite que marca a diferença do dia. Quero encontrar algo que me distraia, mas não sei o que procurar, como procurar, nem tão pouco onde encontrar. É uma seca ter que esperar que o destino faça alguma coisa por mim, mas neste momento é melhor esperar do que forçar algo. Vou ter que permanecer no deserto até que algo se cruze no meu caminho e me ajude a sair de lá. É tão difícil...

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Olhar para trás



Estou a terminar o meu tempo de férias e apeteceu-me escrever sobre qualquer coisa. No tempo em que estava a pensar do que seria o tema principal deste post dei por mim a pensar no que esta para trás do hoje, o que fui, de onde vim, o que me tornei, as minhas perspectivas passadas, os meus medos, os desafios, as dificuldades, os meus momentos altos, as crises... resumindo, tudo aquilo que me fez ser a pessoa que hoje sou. Pergunto-me, será que tenho saudades do passado? Sei que ele foi indispensável, mas será que queria voltar no tempo e viver tudo de novo, da mesma forma, viver por viver mas dando mais importância a coisas que eu considerava menores? Era um desafio, mas não. Certamente que havia pessoas que eu queria recordar, grava-las na memória de novo, não deixar que o tempo apagasse as minhas melhores recordações, o que sei que esta a acontecer, mas o esquecimento é necessário para poder guardar no coração novos sentimentos e acontecimentos, sou Humana! Não sou única ou especial, sou simplesmente eu, faço para marcar a diferença embora esta nem sempre me seja reconhecida. Não sei ao certo o que que as pessoas de fora veem em mim, não sei como me julgam, o que dizem a meu respeito, certamente que criticam... Geralmente costumo ser muito dura em relação a mim própria, procuro sempre dar o meu melhor, embora tenha consciência que o meu melhor por vezes não passa de um mero suficiente. Muitas vezes penso que todas as pessoas tem um dom especial no seu interior, uma capacidade, algo de extraordinário que as difere, sei tambem que esse dom por vezes é tímido e tarda em aparecer, tenho esperanças que esse seja o meu caso, tenho esperança que um dia encontre a minha vocação, algo que me destaque realmente do comum. Será que esse dia vai chegar? Espero por ele.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

O vício

Durante toda a minha vida sempre me conheci como uma pessoa persistente e de ideias fixas. Nunca fui do tipo de pessoa que se deixasse levar por influências, tinha os meus ideias bem definidos, e a verdade é que nunca percebi muito bem como um vicio seria capaz de influenciar, até mesmo de determinar a vida de cada um de nós. Numa fui muito tolerante a esse respeito, mas a vida encarrega-se de nos ensinar muitas coisas, e posso dizer que ultimamente aprendi até demasiado. Agora compreendo como um vicio se apodera de nós. Conheço muita gente, gente diferente, uns com uma vida mais complicada, outros que nem sabem o que é viver, pois bem, sei agora que cada pessoa tem a sua fragilidade. Se uns são dependentes de drogas, compreendo, se são dependentes do tabaco, do alcool ou até do chocolate, compreendo tambem, o que levei algum tempo a tentar compreender era o que se passava comigo própria, era uma pessoa feliz e independente, mas agora vejo que não. Consegui enganar-me a respeito de mim própria, Eu tinha um vicio, e é este vicio que me esta a deitar abaixo a cada dia que passa. Um vicio bastante complicado de se lidar, confesso que nunca pensei que isto me fosse acontecer, sempre pensei que era capaz de me controlar o suficiente para ter força racional, pensava ser capaz de controlar a minha propria mente, mas hoje vejo que existe algo mais forte do que eu, não sei explicar. É como se houvesse um campo de energias que determinasse os meus pensamentos, as minhas atitudes, até mesmo a minha forma de ser. Sempre pensei que a cabeça era mais forte do que o coração, hoje tenho as minhas dúvidas. Tentei lutar (com algum sucesso) ao lado daquilo que era o melhor para mim, por momentos pensei que fosse capaz, mas hoje sinto-me fraca, sem forças para lutar. É tão mais fácil deixar as coisas acontecerem como o destino manda, não sei porque que o ser humano tem a mania que pode ser detentor da razão. Quero libertar-me disto e não sou capaz. Tenho pensado muito sobre o que me estava a acontecer, o porquê de me ter deixado envolver num sentimento que eu não queria para mim. Hoje penso ter algumas respostas, mas quando me afirmo para mim própria depressa sinto o chão a tremer e caiu como se fosse uma peça de legos que por ja não aguentar mais se desprende e cai no chão, levando com ela sonhos e perspectivas, destruindo tudo o que entretanto se foi construindo com esforço e sacrificio, acontece tudo tão rápido... Até ontem pensava que aquilo que pensava sentir por aquele meu amigo fosse nada mais do que uma forma de me desprender do passado, uma necessidade minha para encontrar forças para me afastar daquilo que me estava a prender e a magoar. Sabia que era uma ilusão, mas sentia-me bem iludida. Queria pensar que estava a gostar dele, quando no fundo não era isso que estava a acontecer, e só hoje percebo. Ao fim de quatro anos ao lado da mesma pessoa é obvio que no espaço de umas semanas ninguem se é capaz de apaixonar novamente, eu lá no fundo sabia-o bem. Para mim era mais facil pensar que gostava de outra pessoa (sinal do passado estar superado) do que olhar para trás. A verdade é que por momentos pensei que o tivesse conseguido mesmo sem nunca me ter envolvido de verdade. Por um lado sinto-me culpada pelo que aconteceu. Levei uma pessoa a querer que gostava dela, quando no fundo não era o que sentia, por outro lado não tenho forma como sentir que tivesse sido um acto culposo porque eu própria estava enganada. Pode parecer um pouco confuso, mas na minha mente está tudo tão claro como a água. Sentia a necessidade de encontrar alguem que me fizesse meter um ponto na minha relação, e por azar ou porque estava escrito assim, essa pessoa preencheu o lugar que por sua vez já estava destinado a alguém, isso é completamente errado e eu estava tão cega que não era capaz de ver isso, continuei a alimentar esta ideia absurda até que cai em mim. Considero-me uma pessoa racional, mas naquele momento não o estava a ser. Agora que estou consciente, e que voltei a minha forma normal, vejo que está tudo errado. Pensava que tinha conseguido libertar-me da minha antiga relação, mas o que é certo é que estou tão próxima dela como estou do chão que piso. Tenho uma certeza, já não quero mais aquela vida para mim, já nao gosto dele e quero seguir em frente, mas não consigo. Carrego todos os dias o mundo as costas, nunca senti a minha consciencia tão pesada, jamais ao longo da minha existência me lembro de fazer sofrer tanto uma pessoa. Conheço-o bem! Nunca vi aquele rosto tão desesperado. Esta imagem perssegue-me para onde quer que vá, sei que agi da melhor forma possivel com ele, nunca lhe menti nem tão pouco lhe escondi os meus sentimentos. Dou-lhe apoio à minha maneira, pode não ser a melhor mas é aquilo que eu tenho para lhe dar. Neste momento sinto-me um monstro, sinto-me uma pessoa muito má, consigo ter nojo de mim própria, mas é o preço a pagar pela sinceridade. Estou a morrer por dentro, sei que nada posso fazer, e este sentimento de impotência esta a dar cabo de mim. Pergunto-me, como posso eu ser feliz assim? como posso eu querer um dia encontrar alguem e dar-lhe todo o meu amor com este peso? Não vou ser capaz de amar novamente devido a esta condição de culpa, é mais forte do que eu. Queria muito um dia poder ultrapassar isto, queria que ele fosse feliz. Se eu pudesse trocar a minha felicidade por a dele, trocava, mas infelizmente esse tipo de coisas ainda não são possiveis. Agora só o tempo pode sarar as feridas do coração.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

The quiet scares me 'cause it screams the truth

Depois de ter ouvido tantas vezes esta música, só hoje é que tive a oportunidade de a ouvir com mais atenção e decidi coloca-la porque faz todo o sentido estar aqui, de certa forma reflecte um pouquinho de mim.

I don't want to be the girl who laughs the loudest
Or the girl who never wants to be alone
I don't want to be that call at 4 o'clock in the morning
'cause I'm the only one you know in the world that won't be home

Ahh, the sun is blinding
I stayed up again
Oh, I'm finding
That's not the way I want my story to end

I'm safe up high, nothing can touch me
Why do I feel this party's over?
No pain inside, you're like protection
But how do I feel this good sober?

I don't want to be the girl who has to fill the silence
The quiet scares me 'cause it screams the truth
Please don't tell me that we had that conversation
I don't remember, save your breath 'cause what's the use?

Ahh, the night is calling
And it whispers to me softly, "you're to blame"
I hear you falling
And if I let myself go, I'm the only one to blame

I'm safe up high, nothing can touch me
Why do I feel this party's over?
No pain inside, you're like perfection
So how do I feel this good sober?

Coming down coming down coming down,
Spinning round spinning round spinning round
Looking for myself, sober
Coming down coming down coming down,
Spinning round spinning round spinning round
Looking for myself, sober

When it's good, then it's good
It's all good 'till it goes bad
'till you're trying to find the you that you once had
I've hurt myself, cried, never again
Broken down in agony
Just trying to find a friend

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

O início do fim, ou o fim do início?

Já a algum tempo que estou a olhar em frente ao computador, sem saber bem por onde começar. Talvez por um "a minha vida está um desastre", ou "sinto-me desesperada" bastasse, mas não, prefiro dizer que estou a ultrapassar uma fase dificil da minha vida, e se anteriormente já era uma má fase, esta (que começou ontem) ainda é pior.
Situando-me, não há muito mais de um mês terminei uma relação, que por si não foi nada fácil, com uma pessoa da qual pensava que gostava, ou pelo menos pensava que tinha gostado (e eu devo salientar esta ultima parte que é muito importante) e como se esta separação não fosse dolorosa, há algo mais que me aperta o coração. "Ano novo, vida nova" esse era o meu lema, a minha coragem finalmente conseguiu superar todos os meus medos e todos os meus receios. Era uma pessoa nova, com novos sonhos, novos objectivos, novos desafios, no entanto um sentimento assaltou de súbito o meu coração. O que eu até a data considerava um bom amigo, começou-se a revelar mais do que isso... Havia uma pessoa muito próxima de mim que eu passei a admirar com uma intensidade incrivel. Era muito fácil apaixonar-me por ele. Até poderia enumerar aqui todas as suas virtudes, mas não o vou fazer por uma questão de respeito a mim própria, deixo isso para as minhas recordações mais intimas. Desde o inicio do ano que tenho passado muito tempo com essa pessoa, e de uma forma ou de outra começei a questionar-me a acerca de umas alterações que tinha notado em mim. Sentia a sua falta, sofria com a sua ausência, fazia de tudo só para o ver, e quando finalmente estava ao seu lado a sua presença acalmava-me, mas ao mesmo tempo mexia comigo. Não conseguia comportar-me normalmente, quando estava ao seu lado não sabia o que lhe dizer, passava dias inteiros a pensar nele, não me cansava de admirar as suas fotografias, os seus textos... Alias, tudo o que ele fazia para mim tinha importância. Os sinais estavam lá, por mais que o negasse, estava-me a envolver emocionalmente na imagem que tinha dele. Como já disse, era muito fácil apaixonar-me por ele, bastava prestar-lhe um pouco mais atenção e as coisas aconteciam muito naturalmente. Talvez o pudesse caracterizar como um amor platónico, ninguem sabia, era uma coisa só minha, que me fazia feliz e que me dava força. Começei a deixar-me levar pelos pensamentos sem perceber muito bem o que estava a acontecer. Neste momento estava a passar por um misto de emoções. Tinha o coração dividido em dois, não em duas pessoas, mas em dois sentimentos. De um lado tinha uma enorme tristeza e mágoa comigo própria porque sabia que estava a fazer sofrer uma pessoa de quem eu gostava, senti-me mal, sentia-me culpada por tudo o que estava a acontecer naquele momento. Sabia que já nao gostava dele, e que tinha que seguir com a minha vida para a frente, mas ao mesmo tempo tinha medo que ele fizesse alguma loucura por mim, e isto deixava-me de pé atras. Por outro lado começou a nascer em mim uma nova esperança. Um novo sentimento, muito frágil é certo, mas era o suficiente para me fazer sentir bem. Embora fosse tudo coisas da minha cabeça foi esse sentimento que me ajudou a enterrar um passado bastante doloroso. Começei a tomar consciência do que se estava a passar dentro de mim. Aos poucos via o sentimento a aumentar, foi tudo muito rápido e muito confuso, não deu tempo para procurar respostas ou encontar soluções. O meu rosto começou a transparecer aquilo que o meu coração sentia. Começava a ser dificil controlar-me, alguns dos meus amigos mais próximos começavam a notar, eu negava embora nunca soubessem muito bem aquilo que se estava a passar comigo. Durante algum tempo consegui despistar algumas atenções, só duas amigas minhas é que sabiam o que se passava, uma disse-lhe, mais cedo ou mais tarde acabava por descobrir, a outra descobriu por ela própria. Nunca tive muito jeito para mentir, e quando o fazia era obvio que toda agente sabia que o estava a fazer. Elas sempre me apoiaram nesta ideia absurda. Sim, era uma ideia absurda porque nao tinha qualquer cabimento lógico. Tudo isto que acabei de referir seria a parte boa da história, mas como tudo nba vida, tem um lado menos bom. Ele fazia parte do meu grupo de amigos, passavamos muito tempo juntos e como eu ja referi começava a ser muito complicado conseguir controlar este sentimento, aos poucos sentia que deixava escapar qualquer coisa de mim, já nao me sentia bem ao pé dele, sabia que era uma loucura impossivel, a sua presença intimidava-me e eu já não conseguia ser aquela que sempre fui, talvez por isso sentisse a necessidade de uma resposta, e essa resposta só ele me a podia dar. Queria acabar com este sentimento antes que fosse tarde demais. Atingi o meu auge de desespero um dia antes de conseguir falar com ele. Passei esse dia cabisbaixa, foi um dia muito mau. Sabia que o momento estava próximo, não dava para adiar mais. Aproximava-se um grande dia... o que não tardou em chegar. Era um dia importante para ele, e para mim tambem. Não queria de modo algum causar-lhe seja o que fosse de negativo, era o dia dele. Em paralelo tive uma conversa com uma amiga minha que me fez ganhar a coragem, que eu própria nao sabia que tinha. Foi talvez a minha atitude mais corajosa. Não pude esperar mais. Ou era naquele momento ou então não era! Com o máximo de cuidado sem que ninguem percebesse o que se estava a passar comigo, chamei-o. Sabia que ele viria, era um bom amigo. Pedi-lhe para ir comigo para um sitio que me acalmasse. Já estava nervosa o suficiente. Afastamo-nos um pouco do local onde nos encontravamos e foi ai que a conversa teve inicio. Nem sei bem o que estava a sentir naquele momento. Muito antes de lhe ter dito uma única palavra as lágrimas corriam-me pelo rosto de uma forma descontrolada. Tentei manter a calma, mas não era fácil, sentia o meu estômago às voltas. Ele consegui-me meter super a vontade, foi quando eu falei. Embora não lhe tivesse dito tudo o que sentia, acho que a conversa que tive com ele foi o suficiente para que ele entendesse o que se estava a passar. Não foi preciso muito, ele sabia perfeitamente aquilo que eu lhe iria dizer, e ainda bem. O facto de ele ja ter percebido antes ajudou-me muito. Eu só queria que ele me tirasse aquilo da cabeça, era a única pessoa capaz de o fazer, não estava a espera que ele dissesse que sentia o mesmo por mim, nao! Queria paz, e so a conseguia depois de ele me ter dito que naquele momento precisava de estar só. Era o que queria ouvir. Depois disso senti-me muito mais aliviada, continuamos amigos, é o que interessa. Ele é uma pessoa muito especial, e espero que consiga realizar tudo aquilo que procura. Enquanto a mim, posso dizer que estou bem, vou continuar a minha vida, preciso de me encontrar, quero divertir-me e ser feliz. A vida há de se encarregar de fazer o resto. De momento estou muito bem assim, quero estar sozinha, e se no meu caminho encontrar alguem capaz de me fazer sentir realizada e feliz, seja bem-vindo.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

O fim...

Tudo começou a quatro anos atrás (...) e acabou a relativamente pouco tempo...
O que era o melhor de mim, tornou-se o pior, o que me dava alegria passou a ser a causa da minha infelicidade. O que era bom, era de facto muito bom, mas nao posso negar que o que era mau, era muito mau, e para minha infelicidade era o mau que predominava na minha relação. Nesta fase já nao estou a atribuir culpas, exigir respostas, encontrar explicação, não! Pretendo-me libertar daquilo que foi a minha vida durante tanto tempo. Quatro anos é de facto muito tempo, tempo demais na minha idade, talvez por isso, sentisse a necessidade que lhe por um final. As vezes dou por mim ainda com dúvidas, depois automaticamente penso que é normal, foram quatro anos, mas será que é mesmo normal? será que é so uma estranha angustia e nostalgia, ou será mais do que isso? Eu propria ainda nao consigo responder, talvez fosse necessário observar de fora, mas é tão dificil libertar-me...  

Há muito que me batia uma extranha sensação de desconforto, o escuro aos poucos apoderava-se do meu pobre e confuso coração... Sentia-me perdida no meio da escuridão. Havia momentos, bons momentos relembrando agora, em que sentia uma luz doce, quente e brilhante que me puxava. Era essa luz que evitava as dúvidas, a mágua, o desconforto. Era como um elixir mágico que tinha a capacidade de apagar todos os maus momentos e permitir ama-lo cada vez mais. Esse amor era forte, descontrolado, intenso e apaixonado, como devem ser todos os primeiros amores. (parei agora um pouco a recordar ...) Não é a toa que o primeiro amor é o primeiro. Não é perfeito e por isso tem um fim, se o primeiro amor fosse perfeito, não era o "primeiro amor", era o único!